quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Do Extremo Ao Equilíbrio


Alterações estranhas que acontecem na vida. Modificações de padrões, troca de traçados, configurações da mente que se desmancham no decorrer dos dias passados. Idéias concretas que com a mais fatal das bombas, o tempo, desmoronam como prédios na implosão.

Os extremos como a própria definição os explica, são ápices do equilíbrio.

Desde sempre, desde o momento em que temos o sentido de pensar disposto a funcionar em nossas cabeças, começamos a questionar, interpretar e idealizar situações e acontecimentos a nossa volta. Factual. Idéias são formuladas, teorias traçadas e essas coalizões de pensamentos formam o caráter de cada um baseado nas suas visões e construção das mesmas.

As pessoas a nossa volta desde o início vão ajudando e guiando essa formulação, e nesse caminho começamos a acreditar e a defender certas coisas. Começamos todos nós a criar nossos certos e errados. E junto com as defesas criamos também, dependendo agora sim do caráter, o ataque.

Nessa mesma linha, a defesa também por si só tem às vezes formatos de ataque. Ofensivas, com ar de superioridade, deteriorantes, intimidadoras e até muitas vezes extremamente rotuladoras.

A evolução fez com que a nossa mente tivesse a capacidade de solucionar problemas. Receber, analisar, processar e concluir situações para determinada funcionalidade. Como: Faísca mais Madeira seca é igual a fogo. E logo após: Fogo igual a calor. E finalmente: Fogo mais Calor é igual à pessoa sem frio.

A falta de problemas simples como esses e hoje o acúmulo de idéias fez nascer um novo tipo de problemas para solucionar. O problema das idéias. Criando as odiosas ideologias.

Falo odioso, pois toda ideologia leva a um vício de defesa da mesma, criando um catalisador para o desabrochar de caráteres predispostos a usar da violência como meio de comunicação.

Essas ideologias criam idéias monolíticas e com pareceres inicialmente e de modo magnífico: Irrefutáveis. Criam viseiras, fazem com que nós dexemos de ver outras significâncias pelo ceguismo que nos impõem. Diminuem nossa capacidade de analise, minimizam nossa criatividade, aumentam nosso foco a apenas uma coisa, e o “resto” vira apenas a definição da palavra. Apenas resto. Como pérolas no interior de uma ostra a ideologia que nos descrever faz com que nós desprezemos a evolução.

Nós nos fechamos a uma única idéia, nos vinculamos emocionalmente a ela e sem notar a mesma deixa de ser uma idéia, vira um sentimento e destrói nossa capacidade de crescer e interpretar. E assim, a beleza de todo intervalo é deixada pra traz pela ilusão de um dos seus ápices, um dos seus extremos.

A mudança de idéia não é um a prova de um erro individual. E sim a soma de uma nova informação ou variável a um problema que parecia estar resolvido. E quanto mais abertos estamos, mais informações coletamos, e mais próximos de algo parecido com o certo chegamos.

Não existe algo totalmente correto em relação a idéias sobre a vida. Não há certeza. Os extremos são apenas sentimentos em forma de pronome como se fossem pessoas com medo do erro. O extremo é uma segurança a algo impossível. O extremo é uma certeza de algo que não existe, é o medo da dúvida, é a facilidade do imóvel e finalmente. O extremo é o sedentarismo da mente.

As respostas não estão nos extremos, os extremos são os primeiros passos para começar a procurar o caminho da resposta. Nunca deve ter medo do erro e do desconhecido. São eles que fazem-nos acertar e conhecer.

Ninguém vive uma idéia, todos vivem uma vida. E só uma vez.

Um comentário:

  1. Interessante o texto.

    Há pessoas que não sabem trocar suas concepções, formam ideias e morrem abraçadas nelas. Pessoas inteligentes não têm vergonha, nem orgulho para repensar as atitudes. Para viver com essência, afinal, é preciso evoluir.

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