sábado, 29 de agosto de 2009

Os Cinco Estágios da Dor

Dificilmente algo tão ruim vai me mostrar como a vida pode ser tão boa.

Opções estranhas vindas de escolhas duplas, onde talvez o errado de hoje seja o certo do amanhã, ou, quem sabe, o contrario. Como é bom errar estando certo, e como é raro também.

O acumulo de visões que a inegável perfeita vida nos obriga a passar, faz com que a confusão desabroche em nossos olhos. Perfeita? Vão me perguntar. Sim, perfeita.

E as tristezas? E as desilusões? E as dores?

É, eu também penso nisso sim. E não sei por que,
mas se a lógica da possível perfeição não me falha, é exatamente por isso que a vida é tão perfeita.

Pelas dores, desilusões e tristezas, que
fazem os seus opostos serem tão bem saboreados.

Ultimamente tem uma idéia que não sai da minha cabeça, e parece que tinha um sentido para ela estar rodeando minhas maluquices.

Os cinco estágios da dor:

1º-Negação

2º-Raiva

3º-Barganha

4º-Depressão

5º-Aceitação

Vi isso bastante nesse fim de ano passado, infelizmente, porque se eu vi, é sinal de que alguém sofreu. Agora engraçado como não foge a regra, a matemática da dor é tão exata quanto um simples calculo de variável “x”. Como no calculo, o sentimento da dor também não simplesmente passa antes de acharmos o resultado final desses 5 estágios.

Buscando a lógica pelos pensamentos, se qualquer “x” de uma equação tem um resultado óbvio, o sofrimento deve ter um para se passar, e abstraindo a parte do “tempo”, eu diria que a resposta é a novidade.

Eu poderia afirmar que a novidade de mesma categoria, vinda no lugar da que criou a dor, se absorvida estancaria o sofrimento, e iniciaria uma nova rota.

Mas daí que vem a minha pergunta. Isso é bom?

O sofrimento é parte importante da evolução emocional de uma pessoa, agüentar uma dor forte, nos faz mais resistentes, mais inteligentes, mais úteis, mais frios, e menos maleáveis no sentido de manipulação. A novidade imposta, apenas faria com que continuássemos estagnados no que diz respeito a essa mesma evolução, mas... Pausaria a dor.

Sofrer sem duvidada nenhuma é algo terrível, mas saber sofrer é essencial para nós mesmos. Assim, erraremos menos, e aprendendo, sofreremos menos.

Não acredite, chute a parede, implore, chore muito, seque as lagrimas e quando levantar... Fique mais alto, e busque a sua novidade melhorado.

domingo, 23 de agosto de 2009

Espera. Expectativa



Esperar um sentimento...
Esperar. Palavra engraçada que significa não produzir movimento, desfigurar e não criar inércia ou qualquer energia, significa a paralisação de uma massa e também desrespeitar a lei do tempo.
O tempo fisicamente só ocorre e nasceu pelo movimento, pelo início do deslocamento de átomos por acumulo de energia e pressão. Mas a espera não cria um paradoxo por um simples fato. Esperar significa que algo esta por vir. Nós infringimos a lei do tempo para que algo se movimente até nós, assim o tempo continua existindo tanto de modo físico quanto filosófico.
O fato de existir a "espera" deixa no ar a lógica emocional da expectativa. Nós esperamos porque acreditamos. Nós esperamos porque queremos e imaginamos que valerá a pena essa espera.
De modo físico a espera não representa grande dificuldade de interpretação. Algo para, para algo vir a seu encontro. Mas de modo emocional, é tão cheio de variáveis e de dificuldades o ato de se esperar que cria-se um problema de nível abissal.
Nós esperamos porque queremos ou porque somos obrigados a esperar. E quando somos obrigados a esperar, normalmente essa obrigação vem de outro sentimento. Amor, ódio, paixão, afeto, respeito, enfim. A obrigação da espera gera normalmente falhas no quesito racional do seu efeito pelo simples fato de que se esperamos algo emocional por obrigação, é porque não acreditamos ou não temos confiança que valerá a pena. O amor e o respeito são sentimentos que fazem-nos e nos obrigam a esperar por alguém que provavelmente não vai mudar. E na maioria das vezes, não muda.
O que cria a expectativa é o que alguém já nos apresentou, e o que faz ela ser difícil de agüentar é a espera, e o pior, a espera que se mostra no final equivocada, faz nascer o trauma e o medo.
Nós esperamos que nos tragam, que demonstrem, que nos vejam, que nos reconheçam, entre vários outros tipos de espera. E se esperamos é porque não temos isso, e porque necessitamos. A filosofia popular dos intelectuais pensantes diz: “Não espere que demonstrem, demonstre antes de esperar”. E eu vos digo irmãos: “Bobagem”.
Frases prontas para criar padrões certos de comportamento são tão úteis quanto beber suco de melancia com canudinho enfiando ele pela casca. Essa é uma relação tão complicada e tão cheia de poréns que é impossível dizer o que é certo e o que se deve fazer. Para o lado dos que esperam alguma coisa eu posso dizer que nada, nada mesmo vai garantir que a tua espera valha à pena. Não há justiça na espera, não existe verdades e garantias para se estar esperando. E se tu esperas por algo que nunca veio, provavelmente esse “algo” não virá. Por razões que todos nós fracos sabemos dentro de nossos problemas e variáveis. E digo fracos porque não vencemos nossos sentimentos que nos obrigam a esperar, e desafiamos a nossa razão que nos aconselha a abandonar. O máximo que podemos fazer é torcer para que quem tenha que se movimentar veja que o nosso ato de esperar pausa o nosso tempo nos deixando sem relógio e mergulhados em angústia.
A razão nos guia para a certeza dos fatos, e nossa expectativa nos guia para a falsidade da esperada felicidade.Para que nossos relógios funcionem, eu espero que as esperas valham a pena.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Bom Para Ouvir, Ótimo Para Pensar

Theatre Of Tragedy

Velvet Darkness They Fear

Resolvi dar umas dicas de Cd’s bons pra escutar de bandas que normalmente ninguém fala, pouca gente vai parar pra escutar, mas pra quem é chegado no Dark Side Of The Power, vai curtir.

Theatre Of Tragedy é uma banda norueguesa do início dos anos 90, são considerados como Metal Industrial misturado com Metal Sinfônico, o que na minha opinião não faz muito sentido. Na época do CD “Velvet Darkness They Fear” (1996) com a excelente vocalista Liv Kristine Espenæs o som deles era muito mais puxado pro Doom Metal do que pro Symphony Metal, e lembra muito mais a banda Sueca “Tiamat” que é um ícone do Doom Metal europeu, do que bandas como “Therion”. Hoje em dia Theatre Of Tragedy é muito parecido com Rammstein demonstrando fortemente a influência Industrial.

Esse CD é mais ou menos uma história que deixarei em surpresa. São musicas sem intervalo de tempo e o Idioma varia entre o norueguês, alemão e inglês. O contraste do Gutural questionável do vocalista Raymond Istvàn Rohonyi com a voz suave de Liv criam uma beleza tétrica essencial para qualquer banda de Doom Metal.

Na música “And When He Falleth” existe um dialogo que passarei pra dar uma idéia da inspiração da banda e do tipo de público a atingir. Questionadora e pensativa, a banda Theatre Of Tragedyé um prato cheio pra quem gosta de pensar.
(Vídeo no fim do post)

Dialogo:

- That cross you wear around your neck... Is it only a decoration or are you a true Christian believer?
- Yes, I believe, truly.
- Then I want you to remove it at once and never to wear it within this castle again! Do you know how a falcon is trained my dear? Her eyes are sown shut. Blinded temporarily she suffers the whims of her God patiently, until her will is submerged and she learns to serve. As your God taught and blinded you with crosses.
- You had me take off my cross because it offended...
- It offended no-one. No, it simply appears to me to be discourteous to... to wear the symbol of a deity long dead. My ancestors tried to find it. And to open the door that seperates us from our Creator.
- But you need no doors to find God. If you believe...
- Believe? If you believe you are gullible. Can you look around this world and believe in the goodness of a god who rules it? Famine, pestilence, war, disease and death! They rule this world.
- There is also love and life and hope.
- Very little hope I assure you. No. If a god of love and life ever did exist... he is long since dead.
Someone... Something rules in his place.

Tradução:

- Esta cruz que você usa ao redor do seu pescoço; é apenas uma decoração, ou você é mesmo uma crente no Cristianismo?
- Sim, eu acredito - verdadeiramente.
- Então eu quero que você retire isto imediatamente! E nunca use isto dentro deste castelo novamente! Você sabe como um falcão é treinado minha querida? Seus olhos são tampados. Cego temporariamente ele sofre os caprichos de seu Deus pacientemente, enquanto sua vontade é suprimida e ele aprende a servir - enquanto seu Deus instrui e cega você com cruzes.
- Você retirou minha cruz porque ela ofendeu...
- Não ofendeu ninguém. Não - simplesmente aparece para mim ser indelicado usar ou o símbolo da morte de um deus. Meus antepassados tentaram encontrá-lo. E abrir a porta que separa nós de nosso Criador.
- Mas você não precisa de portas para encontrar Deus. Se você
acreditar...
- Acreditar?! Se você acredita você é ingênuo. Você pode olhar ao redor deste mundo e acreditar na bondade de um deus que governa ele?
Penúria, Pestilência, Guerra, Doença e Morte!
Eles governam este mundo.
- Há também amor e vida e esperança.
- Muita pouca esperança eu asseguro você. Não. Se um deus de amor e vida já existiu... ele está a muito tempo morto.
Alguém... alguma coisa governa em seu lugar.

Vídeo: (O dialogo ocorre entre os minutos 4:05 e 5:44)


Baixe o CD aqui: http://www.4shared.com/file/80843332/4e1c9e35/Theatre_of_Tragedy_-_Velvet_Darkness_They_Fear.html?s=1

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

As Oportunidades Que Montam Nossas Vidas


Oportunidades: O resultado do que fomos e seremos.

Existem coisas que nunca devemos deixar passar. Isso, posso considerar um fato.

Oportunidades que passam, prazeres que perdemos, conseqüências inesperadas que com certeza temos a obrigação de perceber e fazer com que elas façam parte da nossa vida. E não apenas um possível passado. Pois “será”, (nada mais do que um possível passado) com tempo verbal confuso e tudo. Quando vemos aquele possível “sim”, ou aquela determinada situação e não mergulhamos nela. Eu pergunto. Quantas memórias perdidas já deixamos passar sem que aproveitemos. Seja ela qual for. No meu caso, posso dar o exemplo perfeito do que fiz a alguns dias na praia. 0º graus. Eu na rua com meu laptop escrevendo, sentindo o vento que eu tanto gosto passar e massagear meu rosto de forma aguda, rígida, mas de modo suave, saboreando um bom Malbec.

Tanto algo fácil quanto aproveitar um clima pode se dar de maneira difícil se não adequadamente vistos ou usados. Se deixarmos passar um inverno, só poderemos usufruir do frio no ano seguinte. A preguiça para a vida nunca pode ser bem vinda. Se deixarmos passar um interesse, só com o próximo, e quando ele virá? Quando tu te apaixonarás novamente? Quando terá o prazer de sentir como é ser querido ou bem quisto novamente? Se não deixar um amor florescer, quando terá outra oportunidade de amar? E mesmo que tu corra perigo de te machucar... É com a auto-afirmação e o autoconhecimento que podemos não temer por isso. Sabendo como nos conhecer fica mais fácil de conhecer os outros e saber quem pode nos ferir, pois nos conhecendo, visualizamos e compreendemos nossos maiores temores, e dores.



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A vida, o maior teatro.

Eu noto uma tentativa de fuga da compreensão, e normalmente esse sentimentalismo e emoções afloradas sem nexo me irritam. Atitudes de proteção a algo ou alguém que na verdade nem se conhece. Não consigo compreender se isso é uma tentativa ingênua de buscar alguma personalidade já que tais pessoas não a têm, ou se é apenas uma busca sem função de tentar demonstrar cultura.

De um modo ou de outro, é deveras desagradável e passível de pena. Não compreendo essas emoções, na minha ótica são emoções sem foco, sem razão. Joga-se fora a própria compreensão, não se é dado valor para a própria pessoa e buscam-se heróis. Busca-se imagens para seguir ao invés de se auto louvar. Não devemos nos orgulhar mais de quem não conhecemos do que de nós mesmos. Procuram-se fotos e esquece-se o espelho.

Quando hoje tento ter algum tipo de conversa a respeito do autoconhecimento, ou do vago conhecimento, da lógica, do perfeccionismo que é a vida em si e sua reação em cadeia normalmente escuto coisas como “tu pensa demais”. Eu não penso demais, eu penso. Eu quero entender. Mas não entendo como as pessoas se deixam levar por tão pouco. Da onde vem esse intimidamento por conhecer e entender a si mesmo? Medo? Porque é taxado como bobagem o simples fato de se olhar pro nada? De ter idéias? Não faz sentido. É um paradoxo evolutivo, a espécie humana, a única espécie pensante que não quer pensar. Apenas assiste.

Deixamos o mundo passar.