terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Adeus aos Seus Olhos


Olhos... Janela do mundo, oráculo do presente, guia, criador da beleza, e também visualizador da tristeza. Por eles vemos as lagrimas que descem através de outros olhos, por eles sentimos aquele aperto no peito, a sensação de querer dar carinho, o desejo de dar um abraço.

Os olhos dela sempre foram distantes dos meus, nunca nos encontramos, mas pelos meus eu via ela. Não só enxergamos, mas sentimos e amamos com eles. Atrás dos óculos que jogavam o ar de completa, e de aconchego amoroso eles estavam lá, e às vezes a sensação era de se estar perdida no mundo. Foram os olhos dela que me fizeram sentir a maior falta quando eu a vi pela ultima vez. Eles estavam diferentes, eles estavam abertos pra mim, e quando se focaram nos meus eu senti o nascer de um brilho vindo do fundo do coração, mas infelizmente, alem do brilho de surpresa, era um brilho de tristeza, e como ver aquele brilho me confundiu.

A dor que os olhos demonstram é algo quase compartilhador. Os olhos demonstram a dor dos outros e nos fazer sentir a dor por, ou com eles.

Ela não tinha mais nenhuma escolha, e muito menos uma chance. Dava pra sentir isso não só nas palavras dos cegos, mas pelos movimentos dos seus olhos. Pelo menos eu dei Tchau.

Eu queria poder ver através dos olhos dela, ter a certeza de que valeu a pena, e que no fim o que eu pensei não fazia sentido. Eu gostaria de ter aprendido mais da minha vida olhando pelos olhos dela, e eu sei que poderia, mas não sei o quanto os olhos dela disseram para quem estava por perto. Não digo e nem quero lembrar dos julgamentos por deveres sem visão, ainda mais quando todos os olhares estão certos mesmo se direcionando para locais diferentes.

Eu sei que tudo parece muito injusto. Não pelo fim, mas por como ele se dá. Eu ainda a verei muitas vezes, nos meus sonhos, quando eu lembrar, no meu pensamento. Na verdade isso não me incomoda, eu sinto até uma paz nesse momento. É, uma paz triste, mas uma paz. Acabou.

Eu dividi pouco o que eu realmente pensei disso tudo, e sim, eu não estava lá, e sinceramente, não queria estar. Eu disse “eu te amo”, eu senti o que eu nunca achei que ia sentir, e não queria guardar aquela visão como ultima, e mesmo sendo, meus olhos me ajudaram a me enganar e lembrar dos momentos que importam. Quando o brilho que eu via, não eram aqueles da duplicidade entre surpresa e tristeza.

Sinto saudade daquela pedra no meio do pátio e da parreira lá em cima, do Lucas com camisa marrom com um dinossauro laranja, e ele com cara de neném mais fofo do mundo, além de quando ele achava que nabo era morango. Almoços onde eu era obrigado a comer salada... E de como era boa aquela cebola. O cheiro característico daquela casa, daquela rua, o sabor de passar por aquele portão. O quarto do André onde eu aprendi a gostar de Pink Floyd. Passei muito tempo ali, não importa quando e sim que passei, a minha infância foi ótima por isso, e só tenho a agradecer.

As lagrimas não são apenas demonstração de tristeza e de alegria quando percorrem o rosto vindos dos verdadeiros sentimentos dos olhos. Elas fecham a garganta, elas apertam o peito, elas tremem o corpo e elas fazem quem as teve e quem as está vendo tomarem atitudes. E normalmente elas expõem os verdadeiros sentimentos de todas as pessoas pra fora, expõem as fraquezas e os desejos. Os olhos são muito mais do que órgãos para se ver o mundo. Eles nos obrigam com lagrimas a sentir a verdade.

Os olhos também juntos com todas as visões se vão, juntos com o corpo, eles, os vetores da memória levam tudo com eles, vítimas da circunstância, mas pelos olhos dela, pretendo sentir nos meus olhos a alegria e a satisfação que eu via por traz daqueles óculos. Guardarei aquele rosto sorrindo que me acalmava na face dos meus olhos. Desculpa, de nada e Obrigado.


terça-feira, 24 de novembro de 2009

Empecilho Espiritual: Religião

Incrédulos, inexperientes, inexistentes, incompreensíveis e incapazes cidadãos do mundo religioso. Tamanha ignorância os aflige que a tomada de tempo pela cruzada da lógica realça os laços de categoria racional e verdadeira sobre os grandes pilares da falsidade.

Contos de fadas totalmente absurdos. Ou melhor, contos de terror absurdos.

A diferença entre o mulçumano e o católico é minúscula. Posso dizer que a diferença é a roupa, pois a falta de cultura e de conhecimento e capacidade de interpretação de fatos e de autovendamento é idêntica.

Tenho quase certeza que 95% dos religiosos não sabem história, não fazem questão de saber história, e não querem de maneira nenhuma que qualquer pessoa saiba história. Pois se soubessem, seria quase que uma heresia, passível de ser queimado na fogueira acreditar que em qualquer uma dessas fabulas sem nexo e lógica chamadas de religiões tem de alguma forma verdade.

Como eu escutei esses dias:

“Um homem acima do seu tempo chega, alicia multidões, faz um bem geral, passa informações e de certo modo com sua capacidade política une homens e mulheres sem nenhuma intenção secundária. Depois que ele morre, vem um esperto, transforma o homem em messias, o messias em filho de deus, a história vira lenda e cria-se uma religião para esse esperto ganhar dinheiro.”

Primeiro vem o gênio, depois o aproveitador. Aposto que se perguntassem pra Jesus ‘Cristo’ se ele queria ter uma religião com seu nome ele responderia: “Hãm?”.

É, pois caso não se tocaram, ‘Cristianismo’ vem de ‘Cristo’. Religião baseada nos ensinamentos de um messias, não de um Deus. Ou melhor, nos ensinamentos que alguns ‘caras’ ou apóstolos disseram que Jesus os passou. Ou seja, é uma religião baseada em relatos de homens que disseram o que Jesus dizia. Que base!

Jesus... Um Judeu, que pregava como judeu, filho de judeus, com hábitos de judeu, que morreu como judeu, criou uma religião que de nada concorda com o judaísmo. E mais, um Judeu que nem fez idéia de que teria uma religião com seu nome, pois lembro a vós. A religião não nasce de um homem, e sim, da massa que o segue.

Jesus, Krishna, Buda, Dionysus, Hórus, Attis, Mithra, Beddru, todos messias, todos mortos, todos deram origem a uma religião, cada qual no seu tempo, na sua região, todos usados por um esperto para serem o que nunca foram. Filhos de Deus, seja lá de que Deus estejamos falando.

A primeira pergunta que qualquer criatura com meio neurônio manco faria agora: “Porque Jesus era o certo?”. E quem sabe mais tarde. “Porque não sei dos outros?”.

E eu respondo a vocês. Ele não era o ‘certo’, ele era um gênio, e segundo, os outros não tiveram Constantino.

Na minha humilde opinião, se tem algum nome que deveria alicerçar a denominação dessa religião seguida por 1 bilhão de pessoas sem oportunidade seria: “Constantinismo”.

Para quem não entendeu, eu explico de absoluto bom grado.

Constantino foi um imperador Romano. Isso não diz muito. Mas vamos aos fatos que provavelmente as escolas católicas não gostam muito de comentar.

Constantino, O Grande, nasceu onde hoje seria a Sérvia, era filho de um casal com domínios na Bitínia, uma das inúmeras províncias Romanas localizada na região da atual Turquia, ao sul do Mar Báltico. Constantino pegou um Império Romano dividido em quatro partes, e para não entrar muito na constituição política Romana da época, que é deveras complexa inclusive para os padrões políticos atuais, Constantino junto a importância de seu Pai, e a campanhas realizadas com um dos imperadores contemporâneos a ele foi nomeado Imperador. Imperador do Ocidente. (Pois na época o Império Romano era dividido em Império do Ocidente e do Oriente).

Ele foi imperador em conjunto com Valério Liciniano Licínio, vulgo Licínio. Seu cunhado.
Na época os cristãos eram perseguidos pelo império romano, e Constantino teve uma idéia extremamente política e inteligente para ajudar o seu co-imperador a conquistar terras onde havia cristãos e demonstrar um Império unido e tolerante. Parar de perseguir os cristãos e a permissão de todo o cidadão a praticar qualquer religião, além da restituição de propriedades confiscadas. Até ai tudo lindo. Mas Licínio não cumpriu e o Pau comeu!

Após a derrota de Licínio e a nomeação de Constantino como único Imperador, ele fez do cristianismo a religião única do império e mandou matar Licínio, e o seu filho, que no caso era seu sobrinho. Além de se proclamar como enviado de Deus. Fazendo com que o império mais influente e povoado do ocidente tivesse a obrigatoriedade de ser totalmente cristão.

Graças à atitude de Um homem, o Cristianismo tem o tamanho que tem. Dizem que ele sonhou com este dever, e por isso o cumpriu. Se for verdade, o Sucesso do cristianismo como religião popular deve-se ao fato de um cara ter acreditado no seu sonho enquanto dormia. Hilário não?

Graças a Constantino, seus avôs, bisavós e etc... São Cristãos. Graças a uma fé imposta, e adquirida, não a uma fé escolhida.

Mas tudo bem, é a história não é? As coisas precisam de sorte, e quem sabe não foi à decisão divina que fez com que isso acontecesse certo? O importante são os ensinamentos deixados para todos nós no livro sagrado e sua origem nobre e digna de fé cega e devoção. Né?

Não é bem assim, tenho que dizer, o tal ‘livro sagrado’ não é tão sagrado assim, muito menos tão nobre assim, e menos ainda digno de qualquer coisa que seja, principalmente quando se trata de verdade e justiça. Até porque esse tal livro não foi nem escrito pelo messias, e sim pelos seguidores dele. Chega a ser bizarro ver alguém ter que jurar em um tribunal com a mão na bíblia, pois a mesma é quase o maior acervo de desonestidade calculada possível. Para quem sabe de história, chega a parecer que estão instigando a mentir.

Mas para continuar o assunto, tenho que contar a história da invenção da bíblia, ou melhor, do novo testamento. É porque os cristãos acreditam no novo testamento, o antigo é dos judeus. E sim, invenção.

O novo testamento é formado por uma penca de epístolas (historinhas pra boi dormir) e por 4 evangelhos. Esses quatro evangelhos foram escritos por dois apóstolos, e dois seguidores de apóstolos, ou seja, baseado em relatos de amigos e conhecidos de Jesus. Se Marcos estivesse vivo diria. “É a história de um amigo de um amigo meu”. Pior e que é sério!

Tá, mas beleza, o importante é que são as quatro maiores informações e mais próximas de o que disse Jesus, certo? Errado!

Mais do que esses quatro, existiram vinte e tantos evangelhos, alguns do mesmo apostolo, e contando histórias diferentes, e o pior, todos datados oficialmente da época. A igreja é contra a camisinha e a favor de esconder informações assim. E a história não acabou, até porque alguém perguntaria: “ta, mas se tem mais, onde estão? Para onde foram? E por que só tem quatro na bíblia?”.

“Um prazer será a vocês eu a história contar”. Já diria Mestre Yoda.

Por volta de cento e poucos anos, não tenho a precisão exata, até por que minha memória não é de elefante, um tal de Bispo Irineu, ou Bispo de Lyon, teve acesso a todos os evangelhos existentes, 24 se não me engano. Dentre todos esses evangelhos encontramos inclusive o de Judas, sim, o traidor também da a sua palavra, e se ele fosse ouvido ele seria o herói e não o vilão, mas enfim.

O Senhor Irineu, com acesso a todos esses documentos, teve a idéia de unificar a palavra de Deus, ou melhor, de Jesus, ou melhor, dos amigos de Jesus, ou melhor ainda, dos amigos dos amigos de Jesus, em um livro, e segundo seus próprios escritos, o motivo seria juntar a fé em uma única crença, pois como ele mesmo disse “precisamos ter um motivo real para morrer”. Nos documentos escritos pelo próprio Irineu, ele documentava os seus motivos e feitos. Ele dizia que os cristãos estavam se dispersando em idéias equivocadas e morrendo por heresias, que algum direcionamento deveria ser dado para guiar o povo cristão. Nisso ele escolheu 4 evangelhos, e desprezou os outros tantos mandando queimar os mesmos. Tirando a opção de escolha, de conhecimento e de observação de todos os pontos de vista e interpretações das palavras de Jesus.

Manipulação de Massa. Pra isso serviu o Novo Testamento. O livro sagrado, nada mais é do que o resultado de uma escolhe prepotente, arrogante, sem fundamento com a única intenção de dar apenas um motivo para todos os cristãos morrerem e também um alicerce para a igreja se basear e criar sua fortuna. O livro sagrado é o maior e mais funcional direcionador de massas da história da humanidade, baseado em escolhas de um homem esperto.

O Bispo Irineu foi o primeiro de vários Edires Macedos da cultura Cristã. O conto de fadas mais influente, manipulado e usado para ganhar dinheiro do Ocidente.

E pensar que na maioria das casas se encontra uma cruz, uma foto, ou alguma menção ao livro, ou ao messias, que na realidade não tem nada do que ver com a veracidade dos reais fatos.

Alias... Fatos são fatos, mas mais importante que os fatos, são as fontes e os locutores.

Cristianismo: Uma das maiores bobagens da história da humanidade. Responsável pela morte de milhões de pessoas na Idade Média, por feitos de alucinados hoje em dia, responsável por massacres em nome de um homem que nem sabia o que acontecia, e jamais teria dito tais palavras. Uma das maiores enfermidades já vistas, tal como a AIDS. Mas o vetor não é um vírus, e sim, a falta de cultura e de oportunidade de conhecimento. E a transmissão não é por sexo. É através dos maiores filhos da puta da história. Os oradores de Deus.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Olhos

Me de olhos pra enxergar o que eu não vejo

De preferência... Não meus.

Estou cansado de ver, observar, deduzir, constatar, discernir, interpretar, assistir e saber o que está bem a minha frente.

Sentimento. Essa é a palavra chave.

Frio. Esse é quem eu sou. Às vezes.

Me use. Destrua meu corpo, minimize a minha mente, faça-me ridículo com minhas idéias. Prove-me que estou errado, faça isso e junto com o despudor das tuas palavras contra a minha mente, totalmente lógicas. Me rasgue, me destrua com tuas unhas, me morda, me faça sentir. Me prove que valha a pena esperar.

Quero ser avacalhado, quero que riam de mim com sentido. Quero ver sabedoria em outras mentes. Quero ter certeza que dentro de cada intelecto existe veracidade e constatações sobre absolutamente tudo.

Diga-me que já pensou sobre o por do sol. Como ele, além de belo, é simbólico. Diga-me que chegou sozinha a conclusão de que o sol é algo a ser louvado obviamente por trazer a vida, todo o “santo” dia.

Acredite que tudo é possível, e só não acredite no possível quando te provarem que não é possível. Por A mais B. Pense, pense... PENSE. E me ensine.

Devaneio Verdadeiro


A história é injusta. Não adianta caminharmos sempre sozinhos, não adianta não errarmos, não adianta nem tentarmos muito fazer algo dar certo, sempre vamos depender de algo, haverão outros pares de passos cruzando nosso caminho e modificando nossos cursos e injustiçando nossos finais. Tudo é triste, tudo é errado, depressivo, feio, degradante e melancólico. É óbvio que existem todos os outros lados, mas hoje, sentado nessa cama escrevendo, vou me privar do bom para exaurir meus déficits, e após isso digerir minhas emoções. Vou fazer algo que normalmente evito e falarei em primeira pessoa, pois hoje sou eu que estou pensando.
Se eu escrevesse no banho com certeza escreveria seis vezes mais do que normalmente eu escrevo, é lá que eu paro e penso sobre quase tudo, talvez seja porque não tem internet, nem movimento, e muito menos TV. E pra variar, lá a pouco começou a surgir meus receios e raivas pedindo para serem expostos.
A vida é cruel, e eu adoeci por isso. A vida segue com as pessoas sempre achando que tudo que fazem vai ser inofensivo, e graças a isso hoje eu guardo seqüelas sérias de brincadeiras do passado. Quando eu digo pessoas, falo, família, amigos, colegas, todo mundo. Tudo é muito simples quando é com os outros.
Eu tenho a mania e talvez não só mania, mas razão também de achar que sempre a culpa é minha e que eu estou errado. Sempre penso no que eu fiz, me puno, me crucifico, mudo atitudes e situações pra melhorar coisas que eu acho que fiz errado e que normalmente não aconteceu nada demais. E eu detesto ser assim.
O tempo vai passando e algumas coisas eu notei em todos ao meu redor, e nesse caso o ‘todos’ seriam ‘quase todos’. Paciência. Ninguém tem paciência. E principalmente. Quase ninguém demonstra acreditar seriamente em algo que um amigo faz. Não sei se é a idade, mas o profissionalismo é levado como uma brincadeira eterna, e eu noto um medo das pessoas chamarem as próprias ações como “trabalho”. O tempo não é perdido com as ‘brincadeiras’ dos amigos, e elogios normalmente são dispensáveis, e nesse todo eu não me enquadro.
Com tudo que acontece em volta, simplesmente ‘tentar’ já é um saco. Não falo só por mim, falo por muito do que vejo. Não adianta querer, nem tentar, simplesmente as pessoas não vão perder o tempo contigo, pelo menos não de graça. O engraçado é que é melhor esperar as atitudes que te animem de desconhecidos do que de conhecidos. O que pra mim não faz o menor sentido, mas é assim que acontece. Nesse caso, não ponho a culpa nas pessoas e sim em como as coisas são.
Em toda essa loucura que hoje eu me encontro, na verdade a citação expressada em palavras foi quase que uma única saída quando eu sinto que chego a um ponto gigante do meu devaneio de ‘a culpa é minha’.
Eu tenho a necessidade de aprovação. Uma das piores sensações que eu possa vir a ter são sensações de desaprovação. Eu sinto vergonha de mim mesmo durante dias, e tento não demonstrar. Simplesmente não suporto estar errado, e com essa história de aprovação, e de sempre achar estar errado, me rasgo todo o santo dia.
Ultimamente eu sinto como se estivesse perdendo as pessoas, ou sendo menos importante pra quem eu era essencial. E na verdade eu segurei falar isso durante um bom tempo. Problemas todos temos. E pensei eu: “Não vou encher os ouvidos das pessoas com as minhas bobagens”. Pra varias eu estava me preocupando mais em errar do que em mim mesmo, eu me preocupei mais em ser desaprovado do que com a minha saúde mental.
Esses últimos três anos eu perdi muitas pessoas, e quando eu penso nisso, eu culpo a mim mesmo. Perdi pessoas que eu convivi por anos e que sumiram, pessoas que eu via todos os dias nos corredores da faculdade, pessoas que se foram e eu não faço a mínima idéia do por que. Mas dentro de mim eu sinto como se a culpa fosse minha. E tem certas pessoas que eu sinto muita saudade.
Sempre achei que nessas horas seria para os amigos que agente recorreria, eu não sei se só sou eu, mas pelo menos eu tenho pessoas diferentes que eu falo sobre problemas específicos, ou situações específicas. E eu descobri que ter esse tipo de sinceridade magoa as pessoas. E o teu pedido de ajuda, vira mais um erro teu.
Não sei quantas vezes deixei coisas que estavam me degradando passar meses para falar com alguém simplesmente pra não incomodar e não acharem que eu estava querendo me passar por vítima. Não sei quantas vezes eu já escutei problemas dos outros e fiz de tudo pra ajudar.
Quando penso na vida, mais precisamente na minha, vejo que eu fiz muita coisa errada, errei com várias pessoas, mas eu com o tempo aprendi a nunca guardar rancor, e por nada abandonar alguém por errar comigo. Simplesmente aprendi que isso faz parte, que é assim que as coisas são, só que do outro lado não é assim. A sensação que dá é que todos estão esperando um motivo para criarem o universo da própria tristeza e terem problemas para contar pra alguém. A moda do ‘me ajuda’. Ou perseguição problemática.
As pessoas com as quais eu errei, eu deixo o meu “Me desculpa”, sem nunca abandonar. Sempre estarei ali. Só que é difícil descobrir que sumir é mais fácil que dizer “Foi mal”. Perfeição é mito, e se eu digo “Me desculpe” demais, é porque meu orgulho é menor do que a minha tristeza em perder alguém. Simplesmente cansei de me sentir assim. Infelizmente essa é uma das coisas que não adianta ser conversada.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Entre Amigos


E: Pois é...
T: Hm?
E: Sabe que eu tava pensando...
T: No que?
E: Nessas histórias todas das pessoas ta ligado?
T: Que história tchê? Tá viajando ai.
E: Nessa história mesmo... “ta viajando” que coisa chata pra burro.
T: Hehehehe, velho clareia ‘as idéia’ favor.
E: Hehe, cara, sempre a mesma coisa sabe, eu penso, penso e penso e não chego à conclusão nenhuma...
T: Hm...
E: Tipo, na boa, a gente segue a vida, passa os dias, trabalha, ganha dinheiro, gasta ele em trago, em noite, sempre essa rotina, daí cansamos de uma, e mudamos pra outra, todo mundo faz isso o tempo inteiro, muda o estilo continua a cerveja.
T: Tá tchê, mas que que tem isso? Viva a cerveja! Hehehe
E: Sim, sim, viva a cerveja, mas de boa, e ai?
T: E ai o que cara? Tu e esses teus pensamentos sem fim, alias, falando em fim, acabou a ‘ceva’. Ohh velho, traz mais uma aqui pra nós?
G: Polar?
T: Aham, beeem gelada.
G: Beleza.
T: Tá mas e ae? Continua a tua história sem fim.
E: Pois então... Hm,... Onde é que eu tava? Hehehe
T: No “e ai?”
E: Aé! Então... É disso que eu falo... E aí?
T: E ai que é isso ai cara... E assim que as coisas são.
E: Tá, mas isso é bom?
T: Sei lá se é bom! Isso é muito complicado, e pensa nisso cansa, pra mim funciona e é o que me importa,... Como diz a musica aquela “Churrasco e um bom chimarrão, fandango trago e mulher, é disso que o velho gosta, é isso que o velho quer.” No caso eu sou o velho! Hehehe
E: Hehehehehe. Pois é, não sei se é só isso que eu quero.
T: Meu, vo te pergunta? Por que raios tu ta pensando nisso?
E: Objetivamente, complexamente ou psicologicamente? Hehehehe
T: Por que que eu resolvi pergunta? Eu esqueço que é tu. Hehehe, faz o seguinte, junta tudo isso e faz um resumo pra eu entender. Ta?
E: Hehehe ta bom. Hm... É que assim, sei lá, eu tenho feito a mesma coisa durante muito tempo e não sei o quanto isso é bom, sei lá, eu fico feliz, tomo uns porrinho e tal, mas no final todo dia quando eu acordo tudo é a mesma coisa e nada mudou, sei lá cara, tipo...
- Chega à cerveja.
E: Falta novidades eu acho, to meio de saco cheio. A minha sem espuma.
T: Cara, já sei qual é o teu problema. – Fala inclinando o copo e servindo a cerveja sem espuma.
E: Qual é? – Dando o primeiro gole.
T: Mulher!
E: E não foi exatamente isso que eu acabei de dizer? Hehehehe
T: Tá, foi! Hehehe, mas cara, isso é assim, com todo mundo, com qualquer idade. Tu ta solteiro, sai pra noite te diverte enche a cara e quando enjoa fica achando que a vida é mais, que o mundo devia ser mais belo, que as borboletas não morrem e que o Pelé é rei. Daí casam, namoram, seja o que for e a vida vira um caos, falta novidade, é a mesma rotina, ciúmes, acham que daí o Maradona é que é craque e bla bla bla, e ficam lembrando como era bom quando a ‘nega véia não aporrinhava o saco’, e outra, tu tava com uma faz pouco tempo né? Que que tu ta reclamando?
E: Acho que é porque eu senti o gostinho e não deu certo sabe. Não sei. Mas provavelmente é isso. Eu fico pensando no que podia ser e no que deu errado sabe? E em todas as coisas durante esses anos que aconteceram...
T: Velho, Tu sabe melhor do que ninguém que isso passa.
E: É eu sei.
T: Pois então? Colé que é a grande questão por traz disso tudo?
E: Que as coisas incomodam!
T: Ohhhh, grande novidade! Nobel de pangaré do ano pra ti! Hehehehe
E: Hehehehe. Ahhh sei lá cara... Acho que pra passa eu tenho que fala sobre, e eu to há tanto tempo solteiro, sei lá, quem sabe não é tempo de me acomoda? Tá ligado aquela história de saudade do que tu não teve ainda?
T: Sei...
E: Pois é, acho que é essa a questão...
T: E tudo começou com as “histórias das pessoas”.
E: Siiiim, eu esqueci! Hehehe
T: HAHAHAHAHAHA!
E: Cara, pensa só, todo mundo sente essas coisas, todo mundo passa por isso, e por tudo, e todo mundo sofre, se fode, é guampeado e tudo mais, e nunca ninguém ta preparado. Loco né? O conhecimento emocional é inútil.
T: Meu deus,... Tá ta, vou tentar continuar sério. Hehe, tchê, eu acho que o sofrimento é culpa do sentimento de posse saca? Ãããm, tipo, toda a pessoa é diferente, não importa com quem tu ta, o teu conhecimento emocional só vai servir pra uma delas, e as outras vão ser diferentes e tu vai ter que agir de um jeito diferente. Por isso que é inútil, tu pode melhorar aprendendo como tratar uma pessoa, mas nunca isso vai servir com outra. Só aquelas coisas de, “isso passa”, “o tempo cura”, “a vida é assim” e “ela não te merecia” que tu aprende.
E: É... Pois é... Além de tu aprender a diferença de saber se tu gosta da pessoa, ou se tu gosta do que tu quer que a pessoa faça por ti.
T: Ããham. O famoso idealizar.
E: É, mas no final por essa tua linha ai agente é diferente com cada pessoa e sendo assim nunca podemos ser nós mesmos.
T: Yeap. Até porque pras coisas darem certo os dois lados tem que ceder né cara, quando um começa a dar ordem o outro manda a merda, e se não manda é porque é bunda mole.
E: Concordo.
T: E outra, pode até parecer teoria de caixa de maisena, mas o troço mesmo é equilibrar. E mais do que equilibrar, o fundamental ta em que varias vezes a balança vai pender para um lado e para o outro, e os dois lados tem que querer reequilibrar, senão, o bicho pega e já ‘euras’.
E: - Segura o copo com a mão direita e quieto olha o copo forçando a boca pra frente como se tivesse procurando respostas.
O: E aí seus bebum! – Chega cumprimentando.
T: Mazááá guri véio.
E: Finalmente tu chegou, tchê, puxa uma cadeira e senta no chão!
O: Rá Rá, nova essa hein?
T: É, hoje ele ta ganhando todos os prêmios, agora foi Nobel de pior piada, mas tu é craque nisso já né? Hehehe
E: Em alguma coisa eu tenho que ser né? Alias tchê, já pede pra descer uma gelada pra nós.
O: Ohhh do bigode! Traz uma polar pra nós aqui.
G: Feitcho!
O: Mas eaí, do que que vocês tavam falando que o outro aqui tava com uma cara de tamanduá manco?
T: O nosso amigo ta pensando em troca de sexo! Hehehe
O: Ahh, novidade, sempre foi uma ‘bixa’ enrustida! Hehehe
T: HAHAHAHA
O: Tá mas fala aí che, que mal que te aflige.
E: O de sempre né cara! Mas nada que amanhã agente não resolva!
O: Ahaam, alias, falando em resolver... –Chega a cerveja.
T: Sim, ta tudo certo com as gurias.
O: ‘Beleuza’. – Começa a servir as cervejas.
E: Graças a Deus, to precisando de umas loucuras!
T: Má Vai te fude o paciente de manicômio. Haha tava todo “a vida é muito mais”, e agora quer loucura?
E: Ah, é uma defesa natural, já que eu não acumulo conhecimento emocional, vamos emocionar os sentimentos! HAHAHA
T: Au au pra ti amigo! Hehehe, mas eu entendi. Depois a culpa é nossa. Pobres são os homens.
O: Tchê, eu não tenho a mínima idéia do que vocês tão falando. Mas se tem uma coisa séria nesse mundo é que agente só precisa de dinheiro, trago e mulher!
E: HAHAHAHAHAHAHA
T: HAHAHAHAHAHAHA é isso ai.