quarta-feira, 15 de setembro de 2010

É Hora de Sermos Nós



O tempo passa, isso é incontestável. Os segundos carregam as pessoas e as obrigam e interagir com a conseqüência dos fatos, e como qualquer outro grupo de seres, perecemos ao andar do relógio e nos rendemos a emoções nos tempos de seca e vacas magras.

No nosso caso as vacas são melhores entendidas como títulos significativos.

A emoção e o sentimento de frustração tomaram conta de nós sem dar nem um “oi” e foram se alojando em alguma parte obscura do sentimento de “alentar sempre”, e sem mesmo notarmos começamos a reagir contra o alento e a favor da frustração exemplificada em vaias e gritos negativos principalmente nesse último ano.

Nunca vou me esquecer de uma entrevista do Diego Souza quando disse que ficaria no Grêmio tornando o vídeo um viral Gremista.

“Eu joguei no flamengo, no Benfica, e nunca vi uma coisa tão apaixonada como é essa torcida do Grêmio, acho que ela vem pro estádio apóia o tempo todo... E nesse quase um ano que eu to aqui nunca vi vaiar um jogador e isso é sempre importante... Todo jogador que veste a camisa do Grêmio tem confiança pra jogar e isso é maravilhoso.” Diego Souza – 2007

Declaração essa que foi motivo de orgulho para todos nós. E como é bom sentir esse orgulho.

E é nesse momento que o tempo até em sua versão lingüística nos condena, pois isso não  é verdade. Isso era verdade.

Não vou entrar em mérito dos motivos, cabe a cada um que vive dentro do olímpico assim como eu, imaginarem os porquês, e refletirem sobre suas atitudes e a diferença que elas implicaram na nossa campanha dentro de casa e nas reações das arquibancadas.

Nesse último ano eu escutei coisas como “Não ganhamos nada, tem que vaiar esse time”. “Com jogador assim, não tem como torcer direito”. E a mais assustadora das frases:

“Apoiando a gente não ganha nada, eu vou é vaiar esse time agora por qualquer coisa”.

Nós buscamos um time médio de série B pra ser epicamente campeão em 2005. Nós colocamos um elenco que parecia que iria lutar contra o rebaixamento em 3° lugar do brasileiro em 2006. Levamos no grito até a Final da Libertadores de 2007 um elenco que ninguém dava nada. Fomos vice-campeões Brasileiros com um time que nem nós direito entendíamos como estávamos tão bem em 2008, com uma das cenas mais bonitas que eu já vi na vida naquele 2 a 0 contra o Atlético-MG. Em 2009 chegamos novamente nas semifinais da Libertadores.

Eu pergunto a vocês. Nós não ganhamos nada?

Nos conceitos das pessoas que vêem futebol e o resultado a partir de elencos e estrutura dos clubes, nós obrigamos com que todos os “comentaristas” tenham que responder a pergunta: “Quais as chances do Grêmio?” Independente da competição, contra o time que for, seja qual for o elenco que tivermos, de um único modo.

“O Grêmio é o Grêmio”.

Nós não reclamamos de jogadores. Nós não xingamos técnico. Nós não implicamos com o gramado. Nós não arranjamos desculpas. Nós apoiamos o Grêmio. Sempre. O tempo todo! Sem parar. Com cruzamento errado ou não, nós somos e conseguimos de verdade o que todos perseguem sem conseguir fazer a diferença. Nós entramos em campo, e nós realmente empurramos o Grêmio.

Esse sentimento mortal e comum de frustração tem que ser esquecido, jogado pra longe, que fique fora dos degraus internos do olímpico. Mais do que qualquer coisa, somos Gremistas, não somos torcedores. Nós somos o Grêmio, nós vivemos o Grêmio. Ser Gremista é já nascer único com sentimentos que só nós entendemos e sabemos como é. O Grêmio nos da à sensação real de sermos Imortais.

Que o lapso passe! É hora de sermos nós de novo.

Aos 107 anos do clube que nos torna Imortais.

Obrigado Grêmio. 


Um comentário:

  1. Todos os dias é tempo de sermos nós mesmo. Muito bom o texto. Independente do Azul romantico ou do vermelho sanguinário. Mas, sejamos sempre originais. Tenho um blogue muito simples. Estou lhe convidando a visitar o meu blogue e se possivel seguirmos juntos por eles. Estarei grato esperando por voce lá
    Abraços de verdade

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